O último sábado, 2 de outubro, foi especial para a atualização científica de temas relacionados ao diagnóstico, tratamento e prevenção em doenças infecciosas e parasitárias, com a realização do Encontro de Infectologia do Litoral Paulista, o Caiçarão 2021.
Neste ano, a intensa e diversificada programação foi desenvolvida em formato virtual, em função da pandemia provocada pela Covid-19. Com mais de 178 participantes, o evento foi dividido em quatro palestras e, ao final de cada uma, foi reservado um espaço para discussões sobre os temas apresentados.
A primeira palestra foi conduzida pelo professor da Unimes/IIER, Dr. Roberto Focaccia, e, junto à doutoranda, Marcella Mancini, apresentaram um estudo clínico sobre 800 pacientes internados com Covid-19 na Santa Casa de Santos.
Em seguida, o Dr. Focaccia mostrou fatores que se semelham entre as medidas de contenção das epidemias de doença meningocócica dos anos 70 e a atual, de infecções pelo coronavírus. “Os principais aspectos que mais se parecem na conduta de vigilância destes dois momentos estão na censura à mídia, autoritarismo e controle social, como maquiagem de dados, críticas à imprensa, demora na compra de vacinas e, principalmente, recusa em ouvir sanitaristas, epidemiologistas e infectologistas”, destacou o professor.
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) também foram destaque nesta edição, com uma palestra realizada pelo professor da Unoeste e UAM, Dr. André Cortez. "As IRAS são motivos de preocupações frequentes e podem ajudar a explicar a variabilidade nos desfechos observados de pacientes que foram internados em Unidades de Terapia Intensiva pelo país. No meu trabalho como pesquisador e também como médico de SCIH, busquei abordar o tema com dados atuais dos bancos disponibilizados pelo Ministério da Saúde”, pontuou Cortez.
Para o professor da Unoeste e UCWR, Dr. Orival Silva Silveira, que foi um dos palestrantes neste ano, o evento apresentou um conteúdo rico e diferencial na formação continuada de acadêmicos e profissionais de Saúde. Em sua apresentação, Silveira traçou um paralelo entre as semelhanças e diferenças da Covid-19 e Chikungunya, destacando os aspectos das doenças e da evolução das epidemias, com bases em revisão bibliográfica e experiência pessoal como infectologista.
“Apesar de as formas de transmissão e manifestações clínicas precoces da Covid-19 e da Influenza serem parecidas, alguns pesquisadores lembram as autoridades sanitárias sobre a evolução bifásica do Chikungunya, impactando na qualidade de vida e produtividade daquele que cronifica a doença, assim como sabemos acontecer com o SARS-CoV-2”, comentou o Dr. Orival.
Segundo o coordenador do evento, Dr. Evaldo Stanislau, esta edição proporcionou momentos ímpares para a formação dos participantes, abordando diversos temas relevantes e recorrentes na rotina clínica dos infectologistas e destacando aspectos importantes para a situação atual da saúde com a pandemia.
Na sua apresentação, Stanislau mostrou resultados do Projeto Sentinela da Faculdade de Medicina da USJT. “Em relação à Covid-19, esta ação evidenciou a importância da testagem point of care no monitoramento da pandemia e confirmou que mesmo com a entrada da variante Delta não houve aumento da transmissão comunitária do vírus SARS-CoV-2. Dessa forma, recomenda-se a utilização dessa abordagem indicativa de infecções como uma estratégia de retomada das atividades na Sociedade na atual fase da pandemia”, concluiu o coordenador do evento.
A íntegra do evento você AQUI.