
COMO UTILIZAR O TESTE RÁPIDO MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE?
O teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) tem sido implementado em 94 municípios estratégicos para o controle da tuberculose, onde se concentram 60% dos casos novos da doença no Brasil. Segundo dados do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, o Ministério da Saúde distribuiu 160 máquinas da plataforma Gene-Xpert com capacidade de realização de 640 mil testes por ano1.
O TRM-TB (Gene-Xpert MTB-RIF, Cepheid) trata-se de uma plataforma de PCR em tempo real que permite a detecção do M. tuberculosis bem como a identificação da presença de resistência à rifampicina de forma sensível, específica, rápida (em torno de 2 horas), automatizada e custo-efetiva. De forma genérica apresenta sensibilidade de 88% e especificidade de 98% para a detecção de tuberculose, quando comparado à cultura2.
Em revisão sistemática, a Organização Mundial da Saúde, 2014 apresentou a atualização das recomendações sobre a utilidade clínica do TRM-TB como teste diagnóstico inicial de tuberculose pulmonar e extrapulmonar (Quadro 1)2.
Quadro 1. Recomendações sobre a utilidade clínica do TRM-TB no diagnóstico inicial de tuberculose, Organização Mundial de Saúde, 2014
Recomendação | Grau | Qualidade da evidência |
Pulmonar | ||
Adultos com suspeita de TB-MDR ou TB associada ao HIV |
Forte | Alta |
Crianças com suspeita de TB-MDR ou TB associada ao HIV |
Forte | Baixa |
TODOS os adultos com suspeita de TB | Condicional análise econômica | Alta |
TODAS as crianças com suspeita de TB | Condicional análise econômica | Baixa |
Extrapulmonar | ||
Suspeita de meningite tuberculosa (LCR) | Forte | Muito baixa |
Suspeita de TB extrapulmonar (gânglios, outros tecidos) | Condicional | Muito baixa |
1. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/profissional-e-gestor/principal/noticias/17151-brasil-se-destaca-nos-indices-contra-a-tuberculose . Acesso em 27/09/2015
2. World Health Organization; Xpert MTB/RIF Implementation Manual: Technical and Operational ‘How-To’; Practical Considerations. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK254323/. Acesso em 27/09/2015
Sobre a autora:
Mariangela Ribeiro Resende.
Vice-presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, médica e Professora da UNICAMP.