O vírus influenza A H1N1pdm2009 continua causando morbimortalidade acentuada durante as temporadas de gripe, nas diferentes regiões brasileiras. Conforme a taxa de ataque em anos anteriores, haverá maior ou menor número de susceptíveis na população. Além disso, outros fatores como as mutações virais e a aderência da população a vacinação determinarão o impacto maior ou menor nos indivíduos.
Observamos em 2019 um grande número de casos no Amazonas, diferente do que vinha sendo documentado em anos anteriores. O vírus já sofreu alterações importantes em 2016 e para o próximo ano, devido às mutações nas últimas temporadas, será modificada a cepa a ser incluída na vacina. Importante ressaltar que o vírus AH3N2 e o influenza do tipo B também podem determinar casos graves e óbitos. Porém, estes dois últimos têm maior impacto nas populações idosas e em crianças/adolescentes, respectivamente.
 
O vírus influenza é transmitido facilmente por tosse e espirros (gotículas) e através do contato manual. O período de incubação é curto, em torno de 24 a 72 horas, o paciente contagia facilmente outras pessoas durante o período febril e por mais 24 horas.
 
Em geral, a maioria das pessoas hospitalizadas ou que vão a óbito são pacientes portadores de doença crônica ou que apresentam condição de maior risco para complicação, como as grávidas, idosos e crianças menores de 5 anos de idade. Estas pessoas com síndrome gripal e todos aqueles que apresentarem febre persistente por mais de 48 horas, dispneia ou piora progressiva devem ser avaliados em serviços hospitalares, receberem antiviral (oseltamivir) e hospitalização se necessário.
 
Estes indivíduos de risco e todos aqueles que quiserem se prevenir da gripe devem ser imunizados com a vacina trivalente ou quadrivalente (disponível em clínicas privadas), além da higiene das mãos e precauções no contato com doentes.   
 
*Nancy Bellei é médica infectologista, professora afiliada UNIFESP e membro da Internacional Society of Influenza.