Amplo estudo com crianças dinamarquesas confirma que vacina tríplice viral não causa autismo

A vacina de tríplice viral é composta por uma combinação de vírus vivos atenuados de rubéola, sarampo e caxumba, e protege o organismo contra o desenvolvimento destas doenças e suas possíveis consequências graves para a saúde.  

“A imunização é oferecida gratuitamente pela rede pública de saúde (SUS), e sua aplicação, que é feita por injeção via subcutânea, deve ser administrada em duas doses, sendo a primeira aos 12 meses e a segunda entre os 15 e 24 meses de idade. Também podem se vacinar pessoas até 29 anos (duas doses, com intervalo mínimo de 30 dias) e indivíduos entre 30 e 49 anos (uma dose)”, explica a médica infectologista, Lucy Vasconcelos.

E para a alegria dos que defendem a eficácia e segurança desta vacina, nesta semana, foi publicado um estudo na revista especializada "Annals of Internal Medicine", sobre a ligação hipotética entre a vacina tríplice viral e o autismo em crianças, subgrupos de crianças ou períodos de tempo após a vacinação.

A pesquisa acompanhou 650 mil crianças nascidas na Dinamarca, no período entre 1999 e 2010, acompanhadas até 2013. Durante o processo, foram comparados os números de crianças diagnosticadas com autismo que receberam a vacina e as que não, e nenhuma diferença foi encontrada. Da mesma forma, nenhum risco aumentado da doença após a vacinação com SCR foi consistentemente observado em subgrupos de crianças, definidas de acordo com a história da patologia dos irmãos, fatores de risco do autismo (com base em um escore de risco de doença), em outras vacinações infantis ou durante períodos específicos após a vacinação. 

Resumindo, o estudo apoia fortemente que a vacinação SCR não aumenta o risco de autismo, não desencadeia a patologia em crianças suscetíveis e não está associada ao agrupamento de casos da doença após a vacinação. Esse material acrescenta a estudos anteriores, através de significativo poder estatístico adicional e abordando hipóteses de subgrupos suscetíveis e agrupamento de casos, essa comprovação. 

“Esse artigo é uma carta na manga para nós, especialistas, pois traz a segurança necessária que precisamos para orientar os pacientes contra os boatos e até os movimentos anti-vacinas, que acabam prejudicando a adesão a imunização e, consequentemente, deixando a população mais vulnerável a doenças que teoricamente estavam extintas, mas têm voltado a serem notificadas pelo país”, finaliza a infectologista. 





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