No Brasil, 18,6% da população idosa tem diagnóstico de diabetes. Uma das principais complicações crônicas de diabetes está associado com o pé, o qual pode apresentar diversos graus de doenças neurológicas, vasculares e vários graus de ulceração, infecção e necrose com perda de tecido. O pé diabético é a causa mais comum de amputações não traumáticas dos membros inferiores. Aproximadamente 80% das amputações de membros inferiores são realizadas em pacientes com diabetes e/ou doença vascular periférica. O tratamento do pé diabético requer uma equipe multidisciplinar envolvendo médicos infectologistas, endocrinologistas, ortopedistas, cirurgiões vasculares, nutricionistas, oftalmologistas e outros profissionais como podólogos, serviço social, fisioterapeutas e enfermeiros. Várias estratégias de cuidados têm sido desenvolvidas recentemente para evitar a amputação, incluindo o uso da terapia fotodinâmica (TFD). Infelizmente, não existe um protocolo simples para definir as condições que devem ser considerados para proceder à amputação.
Recentemente uma equipe multidisciplinar do Hospital Anchieta vinculado a Faculdade de Medicina do ABC publicou na revista PLOS ONE um escore simples que auxilia na tomada de decisão para indicar a amputação em pacientes com pé diabético. Esta pontuação foi baseada na prática clínica do Dr. João Paulo Tardivo e sua equipe multidisciplinar do ambulatório de pé diabético. O sistema de classificação do escore proposto para o pé diabético pode permitir melhor qualidade devida para pacientes diabéticos e promover melhores cuidados de baixo custo para milhões de pessoas em todo o mundo. O uso deste escore associado à terapia fotodinâmica/antimicrobiana que provoca a morte celular inclusive de bactérias multuresistentes poderia reduzir amputações em diabéticos em mais de 80% dos casos, resultando em menores custos, menor uso de antibióticos sistêmicos e menos hospitalizações.
Autor: Dr. Adilson J. Westheimer Cavalcante
Infectologista e primeiro tesoueiro da SPI.
