Arboviroses: atualização em zika, chikungunya e dengue – Diagnóstico diferencial e recursos laboratoriais

A segunda edição do Caiçarão, evento promovido pela Sociedade Paulista de Infectologia, que aconteceu nos dias 10 e 11 de novembro, na cidade de Santos em São Paulo, trouxe uma ampla discussão sobre as arboviroses, doenças causadas por insetos, que incluem o vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

O médico infectologista, Juvencio José Dualibe Furtado esteve presente no Caiçarão para apresentar uma palestra do tema e levantar um debate sobre o que já temos como medidas para o combate dessas doenças. “A vacina da febre amarela é extremamente segura e eficaz, logo o controle deste problema passa principalmente pela imunização e obviamente pelo controle dos vetores. Em relação a dengue, nós já temos a Dengvaxia, vacina aprovada pelo Ministério da Saúde e Anvisa. Porém, no Brasil ainda não está em nível de saúde pública, pois o Ministério da Saúde não achou pertinente essa disponibilização, mas é uma opção que funciona e imuniza em torno de 60% contra os quatros tipos da doença e garante cerca de 90% de proteção para as formas graves. Já a chikungunya e a zika vírus ainda não contamos com vacina e nem tratamento, então nesses casos a proteção se resume basicamente ao controle dos vetores, no caso o Aedes aegypti”, explica o médico.

Vale lembrar que, recentemente, a febre amarela voltou a ser assunto nos noticiários após ser diagnosticado na Grande São Paulo o vírus da doença em macacos mortos e confirmarem uma morte humana em Itatiba, interior do estado. Consequentemente, a população entrou em alerta e fez com que o governo anunciasse ações de imunização para as pessoas que vivem em áreas de riscos.

“A urbanização da febre amarela, que pode acontecer caso o Aedes aegypti se infecte com o vírus da doença, é atualmente uma das maiores preocupações dos especialistas, já que se trata de um mosquito presente nas áreas urbanas. E, infelizmente, querer erradicar o mosquito como foi feito na década de 60 é uma tarefa impossível, já que ele está tão urbanizado que é difícil imaginar que em uma cidade com a complexidade de São Paulo, não exista focos para proliferação da espécie. Entretanto, é preciso efetivar o controle para evitar a urbanização e a melhor saída é vacinar as populações de maior risco, o que já vem acontecendo”, destaca o especialista.

O futuro sobre os novos casos dessas arboviroses ainda é um mistério, já que existe uma sazonalidade das doenças, sendo alguns anos com picos e outros em declínio. Por isso, a principal ação para todos os casos é a prevenção, que vai desde a vacinação até o controle dos vetores eliminando os focos de criadouros.





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