Ministério da Saúde anuncia adoção da profilaxia pré-exposição (PrEP) como prevenção para grupos de risco

Medicamento antes usado só para o tratamento de HIV passará a ser usado também para a prevenção do vírus
 
No dia 24 de maio de 2017, o Ministério da Saúde anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer a profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV para grupos em risco – pessoas que não possuem o vírus, mas estão expostas à infecção, tais como: profissionais do sexo, homossexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e casais sorodiscordantes.

Segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde de 2016, 827 mil pessoas vivem com HIV/aids no Brasil atualmente. Desse total, 372 mil ainda não estão em tratamento, sendo que 260 já sabem que estão infectadas, mas não estão em tratamento e 112 mil pessoas não sabem que têm o vírus.

De acordo com Lucy Cavalcanti Ramos Vasconcelos, médica infectologista e membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia, a Profilaxia Pré-exposição (PrEP) é uma estratégia de prevenção da Infecção pelo HIV, que envolve a utilização de 2 ARVs (Tenofovir e Emtricitabina) em um único comprimido, o truvada, por pessoas não infectadas. "O objetivo é reduzir o risco de aquisição do HIV através de relações sexuais. O medicamento age bloqueando o ciclo de multiplicação desse vírus, impedindo a infecção do organismo", explica.

A eficácia da PrEP foi demonstrada entre homens que fazem sexo com homens (HSH) e heterossexuais. "Esta estratégia tem um grande potencial, especialmente se combinadas a testagem anti-HIV ampliada (mensal ou trimestral), diagnóstico e vinculação ao tratamento daqueles identificados como infectados pelo HIV. Esta deve ser utilizada sempre dentro do contexto de prevenção combinada que inclui outras ações como o uso do preservativo, principalmente porque esta medicação não impede o contágio de outras infecções sexualmente transmissíveis", finaliza Lucy.





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