Desafios no tratamento da Tuberculose resistente

A Tuberculose, doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas que também pode acometer outras regiões do corpo, ainda preocupa os especialistas por conta do seu risco para a saúde dos indivíduos. Estima-se que anualmente, no mundo, 10 milhões de pessoas adquirem a doença, sendo que três milhões delas são fatais. Já no Brasil, são 70 mil novos casos, por ano, com cerca de quatro mil óbitos.

Segundo o médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto e associado da Sociedade Paulista de Infectologia, Dr. Valdes Roberto Bollela, a atenção integral às pessoas acometidas pela tuberculose (TB) necessita, não apenas da implementação de ações básicas de prevenção e assistência, mas também do fortalecimento do diagnóstico precoce e do tratamento efetivo da tuberculose pulmonar e laríngea (formas clínicas que são responsáveis pela transmissão da doença).

Além disso, é  necessário também um diagnóstico correto e um efetivo tratamento da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) em pessoas que têm um risco aumentado de saírem da condição de indivíduos infectados e evoluírem para a doença ativa (por exemplo pessoas vivendo com HIV/aids, uso de inibidores de TNF alfa, corticosteroides, transplantados, diabéticos, tabagistas, contatos domiciliares ou ocupacionais de casos de tuberculose pulmonar, entre outros).  .

Apesar de ter sido aprovado, em 2015, o Plano Global de Eliminação da TB na Assembleia da Organização Mundial Saúde, atualmente é consenso que será difícil cumprir as metas estabelecidas para 2035. Trinta países detêm quase a totalidade dos casos de tuberculose no mundo (países de alta carga de TB) e o Brasil é um destes.

“Apesar de grandes investimentos em novas tecnologias para o diagnóstico da doença, cerca de 30% de todos os casos novos não são diagnosticados regularmente (subnotificação) e este percentual cresce para 70% (de casos não diagnosticados) se analisarmos somente os casos de tuberculose multidrogarresistente (TB-MDR), ou seja, aquela em que o bacilo é resistente aos principais medicamentos do esquema básico de tratamento da doença (rifampicina e isoniazida)”, alerta o médico.

E para você que deseja saber mais sobre esse assunto, confira o material feito pelo jornal da USP com o especialista:

https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/quais-sao-os-caminhos-para-vencer-a-tuberculose-resistente/

https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/ciencia-da-saude-estudo-em-presidios-vai-tracar-perfil-da-tuberculose-resistente/





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