Impacto clínico do uso de X-pert Mtb em Hospitais e PrEP foram temas discutidos no Caipirão 2019

O Caipirão 2019, realizado na sexta-feira, dia 14 de junho, no Auditório Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), trouxe entre os temas principais, o teste rápido molecular GeneXpert MTB/RIF já disponível no Brasil para diagnóstico da tuberculose. Doença que, segundo o Ministério da Saúde, teve registo de 72 mil novos casos somente em 2018.  

Na ocasião, o médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto, Valdes Roberto Bollela, falou sobre as vantagens da novidade para a área de infectologia. “Esta tecnologia é capaz de diagnosticar com mais rapidez e sensibilidade a presença do bacilo causador da doença em duas horas. O interessante também é que ele possui as vantagens de conseguir detectar quase próximo a cultura e com a rapidez da baciloscopia. Além disso, ele também é capaz de identificar se há resistência ao antibiótico rifampicina que é um dos principais medicamentos usados no tratamento do problema. Isso é muito importante, pois o tratamento muda caso a resistência seja confirmada de seis meses para um ano e meio”, explica Bollela.

Outro assunto relevante apresentado na ocasião pelo professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e médico infectologista consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Alexandre Naime Barbosa, foi o uso da Profilaxia Pré Exposição (PrEP), que é a combinação de dois medicamentos (tenofovir e entricitabina) em um único comprimido, capaz de impedir que o HIV se estabeleça e se espalhe pelo corpo. 

“Esta é uma estratégia que já tem mais de 10 anos de eficiência, mas que infelizmente, em termos globais, menos de 6% da população que era projetada para 2020 estão recebendo. E é possível perceber que, mesmo entre os profissionais de saúde, incluindo os infectologistas, existe muito desconhecimento científico e até um tipo de preconceito sobre fazer uso da profilaxia medicamentosa contra o HIV em detrimento do uso do preservativo. Logo, o mais importante é deixar a mensagem de que a PrEP é uma ferramenta com muito embasamento científico e que deve ser usada para as populações mais vulneráveis", ressalta Barbosa.

O Caipirão 2019 contou com 260 participantes, sete palestrantes que discutiram importantes assuntos da infectologia. É um encontro anual, gratuito e tradicionalmente de sucesso feito com o objetivo de trazer atualização científica para infectologistas, residentes e alunos das universidades do interior de São Paulo. Para ver as fotos do evento, clique aqui: https://infectologiapaulista.org.br/fotos.php?album=17





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14º Congresso Paulista de Infectologia