Fórum de Controvérsias e Atualizações de Infecções em UTI discute diagnóstico em Unidade de Terapia Intensiva e Stewardship

A Sociedade Paulista de Infectologia (SPI) realizou no dia 1 de junho de 2019, em São Paulo, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Fórum de Controvérsias e Atualizações de Infecções em UTI. O evento contou com uma importante palestra sobre as bactérias mais frequentes e desafiadoras nas UTIs do Brasil, apresentada pelo médico patologista do setor de microbiologia do Hospital Albert Einstein, André Mário Doi. 

 
Na ocasião, o especialista destacou que as bactérias Gram negativas estão dentre os principais agentes causadores de infecção em UTIs, destacando-se Klebsiella pneumoniaePseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp.  As taxas de resistência entre esses isolados no ambiente de Terapia Intensiva são altas, principalmente resistência aos antibióticos do grupo dos carbapenêmicos, uma das últimas opções terapêuticas para o tratamento de infecções causadas por esses agentes. Já em relação ao grupo dos cocos Gram positivos, destacam-se os Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase-negativo e Enterococcus spp. 
 
Entretanto, não podemos nos esquecer das espécies de Candida, cuja frequência como agente infeccioso nas UTIs tem aumentado ao longo dos últimos anos e do Clostridium difficile, uma bactéria anaeróbica frequentemente relacionada a infecções intestinais em pacientes internados UTIs, explicou o especialista. Além disso, o patologista falou sobre a preocupação em relação ao aumento das taxas de resistência aos antimicrobianos nos hospitais:   “O importante papel do Stewardship no uso racional de antimicrobianos é fundamental para o controle  da resistência bacteriana. A terapia antimicrobiana direcionada baseada na cultura pode reduzir o uso de antibióticos de amplo espectro. 

Outro assunto discutido no evento foi sobre as ferramentas diagnósticas gerais e em microbiologia: o que podemos fazer melhor e mais rápido na prática?, apresentado pela médica do depto. laboratório de Microbiologia do Hospital das Clínicas da FMUSP, Maria Rita Elmor de Araújo. Em sua apresentação foi mostrado que o diagnóstico rápido de microbiologia tem contado cada vez mais com ferramentas. As tecnologias estão evoluindo muito rápido e os laboratórios estão se adaptando a essas novas demandas. Porém, ainda existe uma grande limitação com relação ao custo, já que o gasto desses locais aumenta, e em contrapartida, as fontes pagadoras continuam pagando o mesmo que há 30 anos atrás. 
 
“Precisamos integrar mais os microbiologistas, infectologistas e intensivistas com as partes administrativas e comercial. Eles precisam entender que investir em diagnóstico rápido é economia para a instituição, convênios e principalmente para os pacientes, porque a evolução clínica é bem mais favorável. E quanto mais cedo o diagnóstico, melhor será o tratamento”, finaliza a especialista.
 
Os certificados e vídeos de todas apresentações estarão disponíveis em nosso site em breve. Para conferir as fotos do evento, acesse: https://infectologiapaulista.org.br/fotos.php?album=16  





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