Dia Mundial de Luta Contra à Tuberculose

A cada ano, o Dia Mundial de Luta Contra à Tuberculose é lembrado no dia 24 de março com o objetivo de sensibilizar o público geral, os governantes e os trabalhadores da área da saúde sobre os efeitos devastadores da Tuberculose (TB) no mundo, tanto do ponto de vista de saúde pública como social e econômico.

Na tarde do dia 24 de março de 1882, Dr. Roberto Koch apresentou para a Sociedade de Fisiologia de Berlim (capital da Alemanha), a descoberta do bacilo da Tuberculose. Em 1905, o especialista é laureado com o Prêmio Nobel de Medicina, 23 anos após a descrição da microbactéria. A doença continua sendo o agente infeccioso que mais determina mortes no mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde (OMS), a cada dia, cerca de 4.500 pessoas morrem devido ao problema e cerca de 30.000 adoecem por conta desta patologia, que é curável e pode ser prevenida.

A perfeita adaptação do M. tuberculosis aos humanos determina uma interação muito desfavorável se comparado a outros diferentes agentes etiológicos. Nos últimos dois séculos, mais de 1 bilhão de pessoas morreram devido à Tuberculose, mais que Varíola, Malária, Peste, Influenza e AIDS, combinados neste período de tempo.

 Os esforços globais para o controle da Tuberculose, a partir dos anos 2000, já mostram uma importante melhora com a redução de 42% da mortalidade associada a doença. Os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, tem como objetivo a redução de 90% de TB até 2035 e a estratégia “EndTB” de uma incidência < 1 caso/ 1.000.000 ano até 2050.

O tratamento efetivo da doença ativa e os esforços para o tratamento da TB latente são fundamentais para o controle efetivo, evitar a transmissão na comunidade e o adoecimento dos portadores de infecção pelo HIV e outras imunodeficiências, em particular o uso de biológicos e imunossupressores.

Estima-se que a Tuberculose latente seja de 23% da população mundial, e em menores de 15 anos de 5,9%, o que corresponde a cerca de 1 bilhão e 660 mil pessoas (97 milhões e 100 mil abaixo dos 15 anos de idade). Logo, para mudar este cenário é preciso apostar em novas metodologias para o diagnóstico de TB ativa e latente assim como novos medicamentos são fundamentais para garantir o sucesso da estratégia “EndTB”.

 

*Olavo Henrique Munhoz Leite é médico infectologista e coordenador do Comitê Microbactérias da Sociedade Brasileira de Infectologia 





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