Confira os principais destaques do I Fórum de HIV e doenças associadas

No dia 14 de fevereiro de 2019, aconteceu no Auditório do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, o I Fórum de HIV e doenças associadas. O evento reuniu médicos, pesquisadores, jornalistas, estudantes universitários e interessados no assunto  e teve como objetivo fazer uma revisão com base em evidências científicas sobre a história da epidemia do vírus da imunodeficiência humana (HIV/Aids), prevenção, terapia, perspectivas de futuro e outras doenças associadas, como a sífilis e as hepatites virais.

A abertura do evento ficou por conta do presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros, que destacou em seu discurso a preocupação da SPI com os caminhos em relação aos programas de HIV/Aids, hepatites e também outras doenças infecciosas. “Já há alguns anos existem certas fragilidades dentro dessas ações de prevenção e controle da infecção pelo HIV e temos observado questões muito importantes relacionadas ao crescimento de doenças sexualmente transmissíveis, especialmente a sífilis, e da infecção por HIV na população de jovens, assim como outras infecções sexualmente transmissíveis. Em 2017-2018, passamos por um surto de hepatite A em homens que fazem sexo com homens (HSH) que acometeu também, diversos países da Europa. Enfim, temas que têm importância crescente e trazem novos desafios.” explicou o presidente.

O médico Drauzio Varella, convidado para coordenar a mesa de debate, deu seu testemunho sobre como teve conhecimento, na década de 80, dos primeiros casos de uma nova doença que levava à falência do sistema imunológico dos pacientes, e como foram os cuidados. “A Aids, naquele tempo, era uma doença avassaladora. Ela é a prova da importância da ciência para a saúde. As respostas dos cientistas foram muito rápidas e trouxeram uma revolução no tratamento da patologia. Atualmente, os desafios são diferentes: no tratamento avançamos muito, porém retrocedemos na prevenção”, alerta Varella.



As apresentações tiveram temas, como: Quem é o HIV e como chegamos até aqui; A história da epidemia no Brasil e no mundo; Medidas de contenção educacionais e seus desafios; Prevenção por medicamentos e vacinas; Terapia do HIV, do ponto zero ao controle; Terapia das hepatites, de onde não podemos retroceder; e a terapia da sífilis e outras ISTs: os desafios.

Todo o encontro foi transmitido ao vivo pelo Facebook, o que possibilitou que outras pessoas pudessem conferir em tempo real o que estava sendo discutido na ocasião. Além disso, o Fórum organizado pela Sociedade Paulista de Infectologia também foi gravado na íntegra para que em breve as pessoas que não conseguiram comparecer assistam as quatro horas de evento.

E, por fim, houve um debate entre a membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia, Lucy Vasconcelos, a jornalista e idealizadora da Agência Aids, Roseli Tardelli, o coordenador do Fundo Posithivo, Harley Henrique Nascimento e a coordenadora-adjunta do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, Maria Clara Gianna.

Em resumo, os convidados deixaram uma mensagem otimista sobre a importância da união e da luta para manter as medidas que foram conquistadas pelos brasileiros para políticas de IST/Aids, sobre como é fundamental poder contar com os conhecimentos científicos dos especialistas para que a imprensa leve as informações à população e sobre o quanto é importante termos planos que individualize as regiões do Brasil em relação ao tratamento e à prevenção, já que os comportamentos e dados são diferentes em cada parte do país.

“Daqui alguns dias, com base no que foi mostrado, será divulgado pela Sociedade Paulista de Infectologia um documento com a opinião de todos, pontuando o que tem validade, o que tem sido feito de certo ou errado e o que pode ser modificado dentro do cenário atual”, finaliza o médico infectologista e organizador do evento, Evaldo Stanislau Affonso de Araújo.
 
Confira os depoimentos de alguns de alguns convidados que marcaram presença no evento:
O evento foi um grande sucesso. A ideia da transmissão ao vivo contemplou pessoas de outros estados do Brasil e até outros países, o que nos deixou muito felizes. O empenho feito para organizar o evento foi de que fosse discutido não só as questões científicas, mas também assegurar que esse novo governo mantenha todas as conquistas que nós tivemos até agora no avanço do tratamento e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.”  – Relatora do evento e membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia, Lucy Vasconcelos.

“Foi extremamente importante que a Sociedade Paulista de Infectologia começasse 2019 com esse Fórum. Gostei muito de ouvir a tônica de que não podemos retroceder. Foram tantos avanços e conquistas, que temos que ficar atentos para não perdermos. Muito importante um Fórum como esse que reuniu especialistas no tema, gestores de saúde e com a participação do Fundo Positivo, que traz a voz da comunidade, da importância da sociedade civil que foi um dos autores também estratégicos para que esse programa da Aids, fosse exitoso mundialmente e de referência. Parabéns a Sociedade Paulista de Infectologia e que esse seja o caminho para 2019, que possa se ampliar e estarmos cada vez mais presente.” coordenador do Fundo Posithivo, Harley Henrique.

“Gostaria de parabenizar a Sociedade Paulista de Infectologia pelo excelente evento realizado. Nele podemos discutir o histórico da resposta brasileira aos HIV/Aids, DSTs e hepatites virais, os aspectos de prevenção, promoção de direitos e de assistência. Foi um evento completo e que reforçou a necessidade de estarmos juntos para que a resposta paulista e brasileira continuem sendo a que dê conta das necessidades do país. Muito feliz pelo convite e pela cada vez mais estreita parceria” - coordenadora-adjunta do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, Maria Clara Gianna.





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